quarta-feira, 4 de março de 2009

Metodologia e o Second Life

No segundo semestre de 2008, participamos da disciplina de “Metodologia”, ministrada pela professora Marie Jane. Nesta disciplina tivemos a oportunidade de conhecer, entender e participar da construção de uma nova internet, imersiva, onde avatares e mundos virtuais lideram a fronteira da criação digital em 3D! Trabalhamos com o Second life!
No dia 18/08, o professor Jeremiah mostrou o que já há produzido sobre Mundos Virtuais.Bem como para a educação, que está inovando os ambientes de ensino que utilizamos em EaD.
Registramos idéias importantes nos grupos e logo após, tornamos público tais idéias para que, paulatinamente, possamos pensar e refinar nossos conceitos e visões sobre o futuro dos Cursos em EaD e possíveis aplicações no PEAD.


Grupo 2: Grace Maria, Rosaura, Vanice, Cris Lemos, Luciani Bocorni, Rose, Giselda, Cátia Zílio. Idéias grupo:


Frisamos sobre os mundo virtuais algumas possibilidades que eles nos apresentam, sobretudo pela necessidade de cada um, através de seu avatar, se fazer sincronamente presente. O que pode trazer benefícios como a atenção na interação com o outro e a oportunidade de brincar, de experienciar "de corpo e alma" o que não podemos no mundo real. Por ex.:
1. Realização de reuniões (aprendizagens colaborativas). Em espaços diversos e unindo quem está geograficamente distante no mundo real;
2. Possibilidade de "saídas de campo" (locomoção sensorial);
3. Simulações (aulas, workshop, experiências diversas). Que outra forma seria viável para conhecer, por ex., o fundo dos mares, ou outros planetas, senão pelo mundo virtual?
4. Imersões (viagens culturais). Possibilidade de viajar e conhecer outras culturas sem ter de pedir demissão, licença ou exoneração.
5. Observações (quando imergimos num mundo virtual talvez dispendemos mais tempo, atenção para observar o ambiente físico, as pessoas).
6. Espaço para teatro (dramatizações).


Durante este período foram feitas:
* Oficinas de Criação, Modelagem e Exploração
* Oficinas Abertas sobre Técnica, Design e Mercado
* Atividade em rede com parceiros nos EUA, China, Portugal e África, onde professores da Universidade do Porto, Universidade do Texas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade de São Paulo em parceria com as empresas Metamidiadigital, Kaizen Games, Dancing Ink e HiPiHi ofereceram aulas e laboratórios para a criação, gestão e exploração de mundos virtuais, cenários 3D e empreendedorismo digital.
* Relatos de experiências dentro da Região Gaúcha(de propriedade do prof. Jeremiah Spence).

Clique na imagem abaixo e leia o relato completo destas atividades.


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Desenvolvimento e Aprendizagem- Piaget

No primeiro semestre de 2008, participamos da disciplina "Projetos de Aprendizagem", mistrada pela professora Rosane Aragon, onde se fez uma avaliação das atividades realizadas sobre aprendizagem e implicações da concepção de aprendizagem na ação docente dos tutores e professores.

A idéia deste trabalho era de analisar, explicar as mudanças que ocorreram usando a própria teoria estudada, com foco no processo de equilibração (perturbação- desequilíbrio- equilíbrio majorante). Para tal, uma dica era pensar como as atividades abaixo influenciaram na desestabilização das certezas e reconstruções :

• elaboração das idéias para postagem no pbwiki (fase1),

• reelaboração dos quadros sobre aprendizagem e desenvolvimento

• leituras

• aulas expositivas dialogada (professora Rosane)

• troca de idéia com colegas, amigos

• etc...

Obs. o processo pode ser também considerado, de forma complementar, na dimensão afetiva.

Também, ainda que provisoriamente, pediu-se que se apresentasse uma síntese das idéias atuais sobre a relação aprendizagem/desenvolvimento. Para isso, considerou-se as aulas e trabalhos associados que possibilitaram uma reflexão mais focalizadas no que entendemos por desenvolvimento e aprendizagem,explorar as implicações para o trabalho de tutor com o aluno e definir estratégias cotidianas que possibilitem- facilitem a aprendizagem dos alunos.

Visite o wiki e veja o trabalho completo:






quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O que significa comunidades virtuais no ponto de vista de alguns autores

Comunidade Virtual é...


Azevedo (2002): "[...] na sociologia a distinção entre comunidade e sociedade foi um fator fundamental até para o avanço das ciências sociais. Estamos agora voltando ao conceito de comunidade quando falamos de [...] comunidades virtuais de aprendizagem. [...] Comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa funcionam na base da colaboração. A regra básica é a reciprocidade. Todos ensinam a todos, todos aprendem com todos".

Weber (1987): "Chamamos de comunidade a uma relação social na medida em que a orientação da ação social, na média ou no tipo ideal baseia-se em um sentido de solidariedade: o resultado de ligações emocionais ou tradicionais dos participantes".

Palacios (1998): “As relações são construídas através da interação mútua entre os indivíduos, em um período de tempo, tendo a permanência - entendida como espaço temporal contínuo de relacionamento - entre seus requisitos fundamentais”. Os elementos que caracterizariam a comunidade: "o sentimento de pertencimento, a territorialidade, a permanência, a ligação entre o sentimento de comunidade, caráter corporativo e emergência de um projeto comum, e a existência de formas próprias de comunicação".

Simon (2000): “quando se refere à prática de comunidades em rede, afirma que "basicamente todas as atividades na rede se desenvolvem em torno de alguma comunidade virtual".

O primeiro requisito da comunidade virtual é ser um grupo de pessoas que estabelecem, entre si, relações sociais. Essas relações "são construídas através da interação mútua" (PRIMO, 1998)entre os indivíduos, em um período de tempo, tendo a permanência - entendida como espaço temporal contínuo de relacionamento - entre seus requisitos fundamentais (PALACIOS, 1998). Alguns elementos caracterizam uma comunidade:

* o sentimento de pertencimento,

*a territorialidade,

*a permanência,

*caráter corporativo ,

*existência de formas próprias de comunicação,

*agentes de agregação,

*objetivos comuns a todos,

*relacionamento essencialmente no plano de linguagem,

*conteúdos informacionais x problematização de realidades,

*conhecimento produzido coletivamente,

*interação dialógica,

*negociação,

*normas próprias,

*sem imposições,

*reflexão,

*discussão,

*produção de pensamento,

*capacidade de expressão e de escuta,

*avaliação compartilhada ,

*reciprocidade,

*liberdade de opinião

Segundo ainda alguns autores, uma comunidade virtual é formada a partir de afinidades de interesses, de conhecimentos, de projetos mútuos e valores de troca, estabelecidos num processo de cooperação. Não são baseadas em lugares e filiações institucionais, muito menos em "obrigações", sejam elas de que tipo forem. É necessário que se tenha algum envolvimento, motivação, etc. Nas comunidades virtuais de aprendizagem, as relações on-line estão muito longe de serem frias. Elas não excluem as emoções. Entre os participantes destas comunidades se desenvolve também uma espécie de código de conduta, um conjunto de leis não escritas, que governam suas relações, principalmente com relação à pertinência das informações que circulam na comunidade. Ou seja, não é necessário impor o que "pode" e o que "não pode" em uma comunidade. Ela mesma se auto-regula, se organiza. Se não for assim, não é uma comunidade... A responsabilidade de cada envolvido no processo, a opinião pública e seu julgamento aparecem naturalmente no ciberespaço, pois, durante os processos de interação, os participantes ativos constroem e expressam competências, que são reconhecidas e valorizadas de imediato pela própria comunidade. Líderes surgem naturalmente. Papéis são assumidos claramente. Há o ‘implicante’, o 'contestador', o 'meigo', e esse papéis, TODOS, fazem parte e constituem a comunidade.

Como já dizia Piaget: "O conhecimento humano é essencialmente coletivo, e a vida social constitui um dos fatores essenciais da formação e do crescimento dos conhecimentos [...]".Referindo-se as representações coletivas que são a base do trabalho em comunidades.

Abaixo, um exemplo de comunidade virtual de aprendizagem: o PEAD. Clique na imagem.











terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Tutoria e mediação pedagógica em EAD

"... aprender não é um ato findo. Aprender é um exercício constante de renovação..."
Paulo Freire

A leitura do texto “Redes cotidianas de conhecimentos e valores nas relações com a tecnologia”, da autora Nilda Alves, procura nos colocar a frente de diferentes pontos relativos à maneira de perceber como o conhecimento é produzido. Traz através de metáforas, duas formas de se perceber tais conhecimentos. Uma delas é a árvore, uma presença bastante forte ainda na nossa sociedade e em nossa organização escolar, representando a seleção, a hierarquização, à disciplinarização, a normalização e a grupalização do conhecimento. Onde a participação acontece de forma passiva e o currículo é organizado de forma fracionada, tendo um detentor do poder que dita normas que não são questionadas. Ou seja, é uma estrutura classificatória e conseqüentemente excludente. A outra forma de se compreender como o conhecimento é criado é a rede, cujo referencial básico é a prática social. É a pedagogia da prática teoria prática e não mais da teoria – prática, sendo entendido como necessário, permitindo a crítica e a superação da linearidade. A reprodução/transmissão/construção do conhecimento se dá através de diversos e variados “espaçotempos” ou contextos do cotidiano, onde todos participam ativamente tendo sua voz e vez garantida e respeitada.
Refletindo sobre nossa ação tutorial, acredita-se que para superarmos as “marcas”, é preciso mudar o modelo que sempre predominou e aprendermos por outros caminhos, utilizando novos recursos, que é preciso aceitar o novo e nos posicionarmos frente a este outro modelo de educação. Assim, os papéis dos sujeitos envolvidos, precisam ser revistos discutidos para que venha interagir neste novo paradigma. Embora estejamos em constante transformação, passando por ressignificações, visto que somos oriundos de um modelo tradicional, onde o professor era quem detinha o saber, quem questionava e nos moldava de forma a nos tornarmos sujeitos passivos, ansiosos e impossibilitados de estabelecer um diálogo, uma troca para construções do conhecimento. Embora estejamos reescrevendo nossa escrita no pergaminho do PEAD, ainda se pode observar algumas marcas existentes e que de alguma forma queremos que sejam apagadas por apresentarem características da estrutura da árvore. Entre outras temos: prazos e espaços pré-estabelecidos, seleção de conteúdos e a própria avaliação que coloca o professor/tutor como “avaliador”, o que diz o que é certo ou errado. Porém, as marcas acima citadas servem para refletirmos sobre os saberes e a própria aprendizagem a fim de que se reescreva o novo. Com isso, outras práticas características da estrutura de rede ganham destaque, como a aprendizagem colaborativa, as comunidades virtuais, a organização do próprio tempo, com espaço para a discussão onde tem garantido a escuta e as trocas. Nessa disputa por novas práticas, do fazer cotidiano em diferentes “espaçotempos”, nós tutores vamos apagando e reescrevendo novas marcas no nosso palimpsesto a fim de que se busque uma maior qualidade na prática e teoria dos envolvidos no processo.
A minha que relato agora diz respeito ao primeiro contato que tive com o PEAD. Mesmo possuindo diferentes conhecimentos, adquiridos em diferentes contextos e “espaçotempos” (tenho curso superior e diversos cursos referentes à informática educativa), foi um impacto grande. Quando tivemos a primeira formação, cheguei a pensar que não daria conta de tudo que nos tinham passado. Mesmo tendo conhecimento dos assuntos a serem trabalhados no curso e até de algumas ferramentas, era tudo novo demais, a ponto de não visualizar qual era meu verdadeiro papel ali naquele ambiente, já que a relação entre os envolvidos no processo eram construídas e mantidas de forma virtual, estabelecendo um vínculo afetivo diferente. Marcada não pela presença física, mas pela multiplicidade dialógica, possibilitado pelos espaços de interação, como Chats, MSN, rooda, wiki, e-mail... Mesmo assim não desisti e procurei fazer minhas construções, interagindo nos ambientes, lendo, fazendo outros cursos de aperfeiçoamento digital, enfim, acabou se formando uma rede de colaboração, de trocas de experiências, de construções de saberes, oportunizando minhas aprendizagens e meu letramento tecnológico. (Giselda Corrêa)
Referência:

ALVES, N.
Redes Cotidianas de Conhecimentos e Valores nas Relações com a Tecnologia: as metáforas da árvore e da rede.
Disponível em http://www.lab-eduimagem.pro.br/frames/seminarios/pdf/apresI.pdf

“A importância da ação Tutorial na Educação a Distância”: Discussão das competências necessárias ao tutor


Eloiza da Silva Gomes de Oliveira
Alessandra Cardoso Soares Dias
Aline campos da Rocha Ferreira

“Para que o diálogo seja inaugurado é necessário que o sujeito se abra para o mundo e aos outros e inaugure com seu gesto a relação dialógica em que se confirme como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento da História. "
(FREIRE, 1996:136)
O presente texto aponta sob a ótica de diferentes autores a importância da atuação do tutor, bem como suas competências num ensino à distância onde possibilita a auto-aprendizagem com diferentes suportes, objetivando a qualidade do ensino e da aprendizagem.
O autor Armengol aborda a importância da atuação do tutor assim como a conversação mediatizada pela sua própria ação. Apontando que em EAD existem diversas denominações para tutor (assistente, assessor, mediador, mentor...), porém todos com muitas demandas e competências, tendo assim a necessidade de criar diferentes estratégias para que alcance os objetivos em relação ao ensino-aprendizagem. Não desfaz a relação do “triângulo didático”, constituído pelo aluno, professor/tutor e objeto do conhecimento, criando assim, estratégias que propiciem a análise, problematização e a reflexão deste aprendizado.
A autora Donald Schön Pimenta, utiliza a terminologia “Intelectuais críticos e reflexivos” e alerta para a redução dos saberes docente a competências e a docência a um mero agrupamento de técnicas.
Para Maurice Tardiff, constata que o saber do professor é plural (composto por várias áreas do conhecimento), estratégico (construção de novos conhecimentos) e desvalorizado (papel na sociedade menor que a comunidade científica). Preferindo utilizar a expressão “saberes docentes” ao invés de competências.
Antônio Névoa refere-se aos “Três A”, que alicerçam a construção da identidade docente: Adesão (princípios, valores e projetos coletivos), Autonomia (de julgamentos e decisões) e Autoconsciência (reflexão sobre a própria ação). Conclui que a identidade docente não é um dado adquirido e sim, um espaço de construção de maneiras de ser e de estar na profissão.
Blandin define quatro áreas para desenvolver as competências de um docente (presencial ou não): Cultura Técnica, competência de comunicação, capacidade de trabalhar com método, capacidade de capitalizar.
Já para Belloni, o papel do professor na EAD é de ser “parceiro” no processo de construção do conhecimento, em atividades de pesquisa e na busca da “inovação pedagógica”. Apresenta as dimensões dos saberes docente:
* Pedagógica
* Tecnológica
* Didática

* Pessoal (que corresponde aos saberes experenciais de Tardiff).
Enfim, este texto destaca a importância da ação tutorial, alicerçada em uma sólida trinômia ação – reflexão – ação.
Questão:

Com o surgimento das novas tecnologias da informação e da comunicação, a educação à distância, deu um novo impulso fazendo aparecer, formas alternativas de geração e de disseminação do conhecimento. O que antes era centralizada no texto impresso, agora da lugar a fontes eletrônicas digitais de informação, oferecendo inúmeras possibilidades para a aprendizagem. Neste novo cenário, os papéis tradicionais (professor, aluno e escola) precisam ser melhor compreendidos e investigados, ou seja, precisa ter sua função, sua prática, seu papel questionado, compreendido, estudado. Assim, este processo ainda nos trás algumas questões, tais como: O que significa realmente ser tutor? O tutor ensina? Quem é reconhecido como bom tutor? Como se avalia o trabalho do tutor? Qual a importância da tutoria no contexto do curso a distância?

Referência:

OLIVEIRA,E.,DIAS, A. FERREIRA. A importância da ação tutorial na educação a distância: discussão das competências necessárias ao tutor. In: VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

TECENDO A REDE, MAS COM QUE PARADIGMA?


Em seu artigo a autora Maria Cândida Moraes, contrapõe à abordagem instrucionista a abordagem construcionista do conhecimento, induzindo ao fator negativo da primeira, pois essa prática nos remete ao passado, reforçando o paradigma tradicional, retornando a uma “educação bancária.”.
A metodologia construcionista coloca ênfase na construção do conhecimento, entretanto a metodologia instrucionista dá ênfase ao processo de aquisição do conhecimento, que o indivíduo acaba não interagindo com o objeto, mediante isso, não há uma aprendizagem significativa.
Quando se fala em aprendizagem podemos mostrar através de pesquisas feitas, as novas ferramentas tecnológicas que podem favorecer para essa interação:
• O desenvolvimento de processos construtivos de aprendizagem,
• Criação de novos espaços de aprendizagem,
• Novas formas de representação da realidade
• Ampliação de contextos
• Incentivo aos processos cooperativos de produção do conhecimento. .
• O desenvolvimento do pensamento reflexivo (Valente, 1999), .
• Consciência crítica e o encontro de soluções criativas aos novos problemas que surgem (Nevado, 1999).
O uso adequado e competente dessas ferramentas computacionais possibilita:
• A construção de ambientes virtuais de aprendizagem que privilegiam a construção do conhecimento compartilhado,
• O desenvolvimento de processos reflexivos, .
• Perspectivas interacionistas geradas entre pessoas e objetos de conhecimento. .
Mas, temos que proporcionar nesses ambientes é o lado criativo, crítico, organizado e inovação para o uso das ferramentas tecnológicas, para o indivíduo ter um melhor conhecimento.
Segundo Laszlo (2000:10), precisamos observar quenovas redes de comunicação e de informação continuam a crescer rapidamente, conectando pessoas em todo mundo. Mas elas não podem garantir um mundo humano e sustentável. Se as redes de informação continuar a ser dominadas por aqueles que têm os meios para defender os seus próprios interesses, freqüentemente míopes, eles irão tornar os ricos mais ricos, sem preocupação com os crescentes números de pobres destituídos.” Ou seja, conforme Gaston Pineau, (2000), o grande desafio mundial da atualidade é a necessidade que temos que modernizar sem excluir!
Então, como educar para uma sociedade do conhecimento que requer sujeitos autônomos, críticos, criativos, eternamente aprendentes, usando técnicas e metodologias epistemologicamente equivocadas e cientificamente defasadas?

Novos cenários mundiais- Novas metodologias

As novas tecnologias da informação e da comunicação vão além de uma ferramenta pedagógica. Facilita a busca de informações e dados, fornecendo feedback imediato, bem como, serve para o desenvolvimento de atividades que facilitem a aquisição da autonomia, da solidariedade, da criatividade, da cooperação e da parceria, criando ambientes possíveis de vivenciar valores humanos superiores associados aos processos de construção de conhecimento.
A evolução acelerada da ciência e da tecnologia exige espaços e sistemas abertos, conhecimentos emergentes e não-lineares, processos auto-organizadores, com novas metodologias e ambientes interativos e transdisciplinar que compreendam que o aprendizado é um processo de construção individual/coletivo.
Vida, experiência e aprendizagem estão intrinsecamente entrelaçadas em nossa corporeidade, já que, simultaneamente, vivemos, experimentamos, aprendemos e conhecemos o que nos leva a compreender que o processo de aprendizagem é sempre integrado, amplo, multidimensional e muito mais rico do que se supunha até agora.
Com ou sem o uso das tecnologias, necessitamos de metodologias que compreendam que desenvolvimento e aprendizagem constituem processos integrados que abrangem várias dimensões humanas. Fazendo com que o aprendiz/aprendente, com sua sensibilidade, intuição, emoção e corporeidade condicione o conhecer e o fazer. Sabemos que não existe uma aprendizagem formal específica ou ao uso desta ou daquela ferramenta. Aprendizagem e vida já não mais se separam, já que, simultaneamente, vivemos, experimentamos, aprendemos e conhecemos o que nos leva a compreender que o processo de aprendizagem é sempre integrado, rico, amplo e multidimensional.

Reconfigurando o cenário epistemológico

O processo de construção do conhecimento, o desenvolvimento da aprendizagem, o conhecimento em rede, os processos de auto-organização, a autonomia e a criatividade, influenciam na construção e reconstrução não apenas da educação, mas, sobretudo a um melhor reposicionamento do aprendiz/aprendente diante do mundo e da vida a partir de uma compreensão mais adequada do que seja a realidade. .
São teorias que combatem fortemente o modelo causal tradicional presente nas teorias instrucionistas. Essas teorias revelam alguns critérios, princípios e valores que induzem práticas pedagógicas mais dinâmicas, integradoras, sistêmicas, inovadoras e bem fundamentadas com uma maior clareza conceitual em relação ao conhecimento e à aprendizagem, ajudando a desenvolver uma prática pedagógica mais inovadora e bem fundamentada, facilitando a compreensão nos fenômenos educacionais, e colaborando para compreendermos melhor as questões relacionadas ao processo de construção do conhecimento, bem como o funcionamento de comunidades virtuais de aprendizagem. .
O texto fala também sobre a questão dos parâmetros sistêmicos. Segundo Vieira, (2000), estes parâmetros envolvem uma organização, palavra que expressa a funcionalidade e a identidade de qualquer sistema a partir de um conjunto de componentes e das relações de produção que o caracteriza. Um dos parâmetros fundamentais que todo sistema possui é o seu Ambiente, onde as interações e as relações ocorrem. Para Maturana (1995), ambiente é o espaço onde o ser vive se realiza como entidade autopoiética. É o espaço relacional entre o sistema e o meio, o local onde ocorrem as trocas energéticas, materiais e informacionais nos mais diferentes níveis. Outro parâmetro sistêmico importante é a Conectividade, capacidade de estabelecer relações, conexões, enlaces, vínculos que permitem a interatividade e a interdependência entre o sistema e o meio. A Auto-organização é a condição que lhe permite a autoprodução de si mesmo e a adaptação às condições em que se encontra. Complexidade é a quantidade de informações que possui um organismo ou um sistema qualquer, indicando uma grande quantidade de interações e de interferências possíveis nos mais diversos níveis. A complexidade aumenta com a diversidade de elementos que constituírem o sistema.

Perspectivas implícitas no pensamento ecossistêmico: implicações na educação e na organização de comunidades virtuais.

Pensamento sistêmico =pensamento-chave, fundamental, processo de construção do conhecimento e o funcionamento de comunidades virtuais. Deve possuir uma estrutura aberta, em permanente processo de construção e reconstrução. Não podemos ignorar esta estrutura conceitual importante que envolve a auto-organização, a complexidade, os sistemas dinâmicos adaptativos e que nos traz uma nova visão desafiadora do conhecimento. Alterando a relação ética e teórica do ser humano consigo mesmo, com os outros. Essa nova visão requer transformações na forma de ser, de atuar e de estar no mundo, bem como o de transformar a concepção do que seja o processo de construção do conhecimento e a mediação pedagógica. .
Então, como relacionar estes parâmetros sistêmicos com desenvolvimento cognitivo, aprendizagem e, em especial, aprendizagem e novas tecnologias da informação e da educação?
O pensamento eco-sistêmico pressupõe:
* A existência de um dinamismo intrínseco envolvendo as coisas da natureza
* Os instrumentos da cultura e da própria sociedade.
* Idéia de movimento, .
* Processos auto-reguladores, interdependentes, um contínuo vir a ser. .
* Processo permanentemente aberto, .
* Contínua construção e reconstrução.
O pensamento eco-sistêmico acredita que:
* Educação= sistema, simultaneamente, aberto e fechado.
* Organizacionalmente fechado e estruturalmente aberto. .
* Sistemas educacionais=estruturas dissipadoras de energia, auto-organizadoras, aceitando o desconhecido, o inesperado, o imprevisível e se auto-organizando a partir de novas conexões e relações. Podendo ser estendida às comunidades virtuais, a partir das relações de cooperação, colaboração e parcerias que se estabelecem entre os seus componentes. Este novo modo de pensar, associado às novas tecnologias da comunicação e da informação, pressupõe processos interativos, dinâmicos, abertos, aonde a liberdade de expressão vá além do determinismo e da linearidade tão presente nos pré-requisitos estabelecidos pelo ensino tradicional e que muitas vezes criam impedimentos para o desenvolvimento natural do aprendiz. .
Segundo Baserab Nicolescu, (1999), "o pensamento eco-sistêmico nos incita a criar novas metodologias transdiciplinares nos processos de construção do conhecimento, que seja capaz de mediar os diferentes diálogos entre as diversas áreas do conhecimento e que, ao mesmo tempo, compreenda a co-evolução do ser humano em sintonia com universo”. É importante que todos compreendam que vivemos e convivemos dentro de um mesmo espaço, que pertencemos a um mesmo universo e que dependemos individualmente de cada ser e ao mesmo tempo do coletivo, promovendo transformações na prática pedagógica e nas propostas curriculares, levando o indivíduo a pensar de forma mais global e integradora e a compreender mais facilmente que o universo é um lugar de aprendizagem contínua.
Assim como coloca Fagundes (1999) “Somente assim poderemos utilizar as novas tecnologias para construirmos redes de conexões não apenas preocupadas em favorecer o acesso à internet às populações carentes e marginalizadas, mas que estejam voltadas para o desenvolvimento de uma inteligência coletiva, para o exercício de uma cidadania fraterna e solidária”.

Manual do Tutor do Pead

A autora Maria Cândida Moraes apresenta sua preocupação com os cursos em EAD e o uso das novas tecnologias como ferramentas meramente instrucionistas ou informativas. Em contrapartida, a autora apresenta uma proposta epistemológica diferenciada, tendo em vista um máximo aproveitamento dos recursos tecnológicos que a EAD pode promover, no sentido de superar barreiras temporais, espaciais e disciplinares através de novas metodologias, novas práticas e novos ambientes. Uma proposta que apresenta as TICs como fonte de informação, investigação e descoberta individual ou em grupos, e que também reconhece as funções construtiva, reflexiva e criativa destas ferramentas.
Ao comparar o Projeto Pedagógico do PEAD à proposta da autora, é possível reconhecer muitos pontos convergentes, principalmente em relação ao resgate do indivíduo multidimensional e inteiro, da inteireza humana - intuição, imaginação, emoção, razão - como se pode observar a partir da análise dos elementos que compõem este Projeto. .
O princípio norteador do curso de Pedagogia na modalidade à distância – “A compreensão da dinâmica social e da rede de relações que a cria e sustenta, assim como do espaço que nela ocupa a educação” (Guia do Tutor) - reflete a principal preocupação da autora em relação à aprendizagem: vida e aprendizagem andam juntas. Neste sentido, a utilização de ferramentas e atividades que desenvolvam a autonomia, solidariedade, criatividade, cooperação e parcerias e o uso de ambientes virtuais de aprendizagem, podem proporcionar a vivência de valores humanos superiores, ativar processos cognitivos, permitir novas representações do mundo e conseqüentemente, transformar as redes sociais e suas relações.
A própria organização dos pressupostos básicos do projeto pedagógico, entre eles a autonomia na definição do currículo, a relação entre prática e pesquisa e a articulação entre as disciplinas, são elementos que demonstram a clara intenção de proporcionar aos alunos experiências que privilegiam a construção do conhecimento compartilhado, o desenvolvimento de processos reflexivos, numa perspectiva interacionanista, confrontando assim projetos que controlam e decidem o que, quando e como o aluno deve aprender, sem levar em conta suas necessidades reais. A definição dos objetivos para o curso também são um reflexo da intenção de constituir o aprendente como micro ator de uma rede de relações/interação mútua, simultânea e recorrente: “Preparar o professor para a reflexão teórica permanente e a recriação das práticas escolares (...)”; “compreender o contexto histórico (...)”: “buscar articulação (...)” (Guia do Tutor); entre outros. .
O pensamento reflexivo, a consciência crítica, a construção de questionamentos e a busca de soluções criativas são elementos decisivos para a construção de um projeto que se preocupa em promover atividades que enriqueçam os alunos através de novas experiências e novas aprendizagens. Neste sentido, a autora já apresenta dados referentes a pesquisas realizadas na própria UFRGS, pesquisas relativas ao uso das novas tecnologias na criação de novos espaços de aprendizagem, novas formas de representação da realidade, de ampliação de conceitos e maior incentivo aos processos cooperativos de aprendizagem. Para o PEAD, este compromisso com uma nova prática pedagógica é evidenciado em sua proposta metodológica, caracterizada pelo compartilhamento de ações interdisciplinares, pelo trânsito entre teoria e prática, articulação e planejamento de atividades integradas e formação de comunidades de aprendizagem.
Alguns cursos à distância sofrem pela escolha de um enfoque centralizado e descontextualizado. Transmitem conteúdos, escolhem processos diretivos rígidos, são condutistas e promovem a memorização mecânica e não a compreensão de conceitos. Este é um problema enfrentado não pela modalidade à distância, mas pela escolha de um método e de um paradigma que não proporcionam a operacionalização, a criação e a construção do conhecimento. Uma nova epistemologia permite que alunos, professores e tutores experimentem novas formas de pensar, representar, armazenar, conhecer e disseminar informações. A autora reafirma a necessidade de mudanças, baseada nos novos paradigmas da ciência, nas novas metodologias e práticas, a partir dos conceitos de sistemas abertos/conhecimentos emergentes e não lineares/processos reguladores/economia global e sociedade digital. Apresenta tal modelo de ciência como uma nova “fase evolutiva” humana - a fase do pensamento reflexivo e sistêmico, complexo, dialógico e transdisciplinar – fato que determinaria uma nova visão educacional. Mais uma vez tais idéias encontram repercussão no Projeto Pedagógico do PEAD, em sua organização didático-pedagógica, através da estruturação das interdisciplinas, da integração proposta pelo seminário integrador e da articulação a partir de um eixo e suas temáticas. “Nessa estrutura, a interação entre todos vai favorecer a discussão em rede, que se desencadeará a partir de questões problemas ou temas (...).” (Guia do tutor). .
Além disto, as estratégias de apoio à aprendizagem e a garantia de comunicação entre todos os envolvidos no processo tem como base uma metodologia interativa e problematizadora. Tais práticas, dinâmicas, integradoras e holísticas, requerem maior clareza conceitual e pressupõem a construção de uma rede de relações e a consolidação de conceitos de autopoiése, estruturas dissipatórias e realimentação. Neste sentido a autora sustenta sua tese a partir de novas teorias científicas que relacionam sujeito e ambiente: “somos o que são os nossos fluxos – trocas energéticas, materiais e informacionais” (Moraes). A conectividade é a capacidade de estabelecer tais relações, conexões, enlaces, vínculos entre sistema e meio.
Neste novo cenário epistemológico, a autora destaca dois conceitos principais: o pensamento ecológico (relacional, em rede, aberto) e a Teoria da complexidade (pensamento sistêmico, complexo, múltiplo). Ao relacionar tais conceitos, altera a relação ética e teórica do ser humano, altera concepções e mediações, refere-se ao “pensamento ecossistêmico” como um processo aberto, em contínua reconstrução, indica a existência de um dinamismo intrínseco, baseado na auto-organização, em sistemas dinâmicos adaptativos e evidencia a relação entre cognição e vida. Sendo assim, o Projeto Pedagógico, deve proporcionar constante intercâmbio com o meio, postura, valores e atitudes coerentes e congruentes aos princípios organizadores da vida, aos processos interativos, dinâmicos e interdependentes da existência. A atuação de professores e tutores deve ser conduzida a partir de metodologias que reconheçam a existência de uma natureza viva e transdisciplinar na construção do conhecimento, diferentes diálogos, diferentes perspectivas (teórico e práticas) e diferentes contextos.
Assim, tutores têm como função geral no Projeto Pedagógico do PEAD “proporcionar motivação, feedback, diálogo, orientação personalizada e orientação coletiva e estabelecer vínculos com cada estudante.” (Guia do tutor) Ainda se pode destacar as funções pedagógica, social e organizativa do tutor. É possível perceber que ao cumprir suas funções, o tutor assiste o Projeto Pedagógico, e serve como um mediador, um facilitador nas discussões, além de realizar intervenções pontuais sempre que necessário. Tal postura e exigências refletem uma preocupação em relação ao alcance dos objetivos do curso, de maneira a garantir e a promover o desenvolvimento de uma inteligência coletiva, da compreensão abrangente do mundo e da possibilidade de transformações na prática e na vida. A vivência de valores como solidariedade, compaixão, ética e evolução (coletiva) facilitam a vida e a aprendizagem, aproximam alunos, tutores e professores e promovem a construção de redes harmoniosas, que constroem a paz e conduzem os indivíduos ao resgate da inteireza humana.

Fazendo o fechamento...



Depois de algum tempo sem aparecer... Estou de volta!!! Estava revendo minhas atividades, organizando os materias do semestre, excluindo arquivos e imagens, enfim dando uma limpa no meu pen drive, quando abri uma pasta chamada Portfólio. Neste momento percebi que fazia algum tempo que não escrevia no meu. Neste semestre ocorreram algumas mudanças pra mim. Passei a ser tutora de sede e trabalhei no primeiro semestre com as Interdisciplinas de Ciências e Estudos Sociais e no segundo, com a Interdisciplina de Organização e Gestão da Educação. Devo confessar que no início fiquei bastante assustada, pois nós tutores de Pólo temos funções diferenciadas das tutoras de sede. Quando trabalhamos no Pólo, participamos mais efetivamente do planejamento e desenvolvimento das atividades propostas pelo professor. Somos coordenadores, mediadores, incentivadores à participação individual e coletiva. Estamos diretamente ligada às alunas. Já como tutora de Sede, não temos esta ligação tão próxima, o contato é mais virtual (MSN, chats, fóruns, comentários, e-mails...), mas mesmo distante procuramos incentivar a troca de aprendizagens, dúvidas, experiências, informações... entre alunos X professores X tutores. Em contrapartida, temos um contato mais efetivo com os professores, que além de discutir os obstáculos enfrentados neste meio e as estratégias adequadas para superar a distância geográfica e temporal existente entre professor-aluno, busca auxiliar no processo ensino/aprendizagem. Nossa função também é de facilitar e acompanhar o acesso dos alunos às temáticas e as atividades propostas pela disciplina.



Na interdisciplina de Estudos Sociais, trabalhei com a professora Simone Valdete e com a colega Patrícia Marchand, na Interdisciplina de Ciências, trabalhei com a professora Silvia Cramer e com a colega Denise Severo, já em Organização e Gestão da Educação, com a professora Elena Billig e com a colega Luciane Mota. Como escrevi, no início fiquei preocupada, mas logo e com o auxílio das colegas, comecei a me inteirar sobre o funcionamento das tarefas que teria que desempenhar, pois agora teria um contato mais próximo com alunas e professores, já que começaria a comentar os trabalhos, participaria da avaliação processual e ao final do semestre participaria da banca do Workshop. Foi um período de grande crescimento pra mim porque interagimos, socializamos experiências, construímos novas aprendizagens e conhecimentos. Temos a oportunidade de analisar e opinar dentro do plano de atividades da interdisciplina, com objetivo de facilitar o desenvolvimento das atividades, auxiliando o aluno a avançar e aprofundar os seus saberes, refletindo e melhorando cada vez mais sua prática. Acredito ser bastante importante esta troca que está ocorrendo entre as colegas de Pólo e Sede. Acho que todos nós deveríamos ter a experiência de desenvolver a função de tutoria em Pólo e Sede, assim teremos uma visão bem mais abrangente sobre a função, à prática de cada um, as construções das aprendizagens, ou seja, a real importância da tutoria no contexto da EAD! Na seqüência estarei postando também os trabalhos desenvolvidos na ESPEAD. Até...

 
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